Wednesday, January 31, 2007

Stonehenge settlement






Escavações em Durrington Walls, um recinto de fossos, relacionado com Stonehenge. Note-se o curso sinuoso do rio Avon, com o qual se articulam ambos através de avenidas.
O conjunto inclui Woodhenge (aqui representada uma reconstituição feita em 2005).


Tuesday, January 30, 2007

Rock cut basins





Pedra das Gamelas (Santana do Campo, Arraiolos, Central Alentejo)

The issue of rock cut basins/versus natural basins is not a new one. Here I include images of a natural outcrop with carved antropomorphs (cruciforms) on the sides and a natural basin on the top. It has been first published by Vergílio Correia (El Neolítico de Pavia, 1921). This author comments the difficulty of distinguishing natural and artifitial basins (as well as the "normal" cup marks) suggesting that the latest would have been inspired on the former.

Rock cut basins




Motifs on pannels from Gayles Moor


Rock cut basins from England

This kind of "rock art" motif, often associated with more obvious designs (circles, cup-marks, spirals, U-shaped lines, waving lines...), deserves, anyway, some coments: actually, some of these basins are clearly natural features, while some others are clearly made by man.


This question brings us to the relations between natural and cultural in rock art (as well as in megaliths...).

Rock cut basins




Rock cut basins from Azerbaijan

On previous posts, I have called the attention to the rock cut basins found on two Neolithic settlements, both of them around Évora: Alto de S. Bento
http://megasettlements.blogspot.com/2007/01/alto-de-s-bento-signs-and-traces-from.html
e Porro
http://megasettlements.blogspot.com/2007/01/flower-porro.html.

This kind of features is probably much more common than generally accepted, though they are virtually invisible in the literature about prehistoric settlements or rock art in Central Alentejo.
I have showed some similarities with Galician rock art panels, as well as some counterparts in the British Isles.
http://megasettlements.blogspot.com/2007/01/cup-and-ring-carvings-in-great-britain.html

Now, I will try to open the parallels to other areas, and with some more interesting examples.

Saturday, January 27, 2007

Salvem o Porro, porra!



A pedreira do Monte das Flores aproxima-se demasiado perigosamente do espectacular afloramento do Porro e o povoado já começou a ser "devorado".

Quanto a este último, mesmo que a pedreira se alargue até à actual vedação, resta sempre uma área considerável, nos terrenos em volta do Monte do Porro. Mesmo assim, os bons costumes mandam que, no mínimo, sejam efectuadas sondagens prévias, na área a afectar pela pedreira.

O princípio simples é: destruir, se for neceessário, mas proceder ao registo prévio daquilo que se destrói.


Quanto ao Porro propriamente dito, atendendo sobretudo à raridade das gravuras que ostenta, acho que deve ser salvo a qualquer preço: é um elemento fundamental no património arqueológico e paisagístico dos arredores de Évora.

Friday, January 26, 2007

Flower Porro





O sítio do Porro (tanto o povoado pré-histórico, como o rochedo com gravuras) estão em risco.
A enorme pedreira de granito (foto 1) do Monte das Flores já começou a dar dentadas na área do povoado (são visíveis, nos cortes, terras escuras, com materiais pré-históricos) (foto 2) e o próprio afloramento (que deu o nome à herdade) está já a ser ameaçado por escombreiras (a cerca de 30 m).
Junto ao afloramento, existem duas pias, de plantas quadrangulares, com dimensões e a distâncias semelhantes às do Alto de S. Bento
http://megasettlements.blogspot.com/2007/01/alto-de-s-bento-signs-and-traces-from.html

Tal como no Alto de S. Bento, a maior delas apresenta um sulco a ligá-la ao exterior (fotos 3 e 4)

Porro: natural outcrop, carvings and settlement






Hoje revisitei o curioso sítio do Porro, junto à pedreira do Monte das Flores, nos arredores de Évora (estrada para Valverde).

Tinha identificado o sítio, em 2003, no âmbito das prospecções que dirigi no concelho de Évora e cujos resultados integram o PDM de Évora.


Trata-se de um povoado do Neolítico final/Calcolítico, que ocupa um cabeço garanítico amplo e relativamente destacado na planície envolvente. Na área do povoado, existe um enorme afloramento granítico, de desenvolvimento vertical, no qual identifiquei um círculo e uma espiral (ou semicírculo, ou báculo...) gravados pela técnica do picotado.


A raridade das gravuras em afloramentos graníticos, na região, torna este geomonumento particularmente interessante.


O rochedo tinha já sido anotado pelo Francisco Bilou que me contou uma saborosa história acerca do mesmo.


Parece que, quando o caminho de ferro foi inaugurado, há mais de cem anos, a Rainha D. Amélia viajou na carruagem inaugural. Chegada à estação do Porro (o nome que ainda subsiste no Monte que ocupa a parte mais alta do cabeço e que, obviamente, derivou da sugestiva forma do rochedo), perguntou o nome do sítio e tendo sido informada, ter-se-á mostardo escandalizada com um nome tão obsceno e sugeriu que se passasse a chamar Monte das Flores (era Primavera e os campos estavam floridos). Nome que ficou até hoje.


Abstract


Curious Late Neolithic/EBA settlement, with a huge granitic outcrop carved with pecked motifs: circle and spiral. These kind of rock art is very rare in the region, on granit rocks.

Recurrent ideas






Some more shist plaques and image from a painted dolmen in the North of Portugal.

Interesting to remind that the alentejan dolmens, where schist plaques are sistematically present, display no paintings or carvings on the uprights. Mutatis mutandis, there are no shist plaques, on the northern areas of Iberia.

Thursday, January 25, 2007

Recurrent symbols








Carvings on the irish monuments of Knowth and Fourknocks (image 1 and 2), paintigs on the galician dolmen of Dombate (image 3) and 2 alentejan schist plaques, randomly chosen

Recurrent designs






Some more images from the beautiful Burkina Faso (Tiébélé region) traditional architectures. Round houses, made with mud-bricks, are the most common type.

Curiously, the decorations of the houses strongly recall the portuguese prehistoric schist plaques (image 5) - as well as the angular motifs of megalithic art in the Bend of the Boyne (Ireland) area, or in the NW of Iberia.

The same basic motifs are also found in some of the Near East Neolithic sites...

Entoptic motifs?

Universal signs?


It is curious to note that these motifs could be somehow inspired on (or have some kind of link to) the basketry patterns (image 4). Some Tiébélé houses display also plastic motifs, loke crooks (image 1), breasts, snakes, in bas-relief. All these motifs are present in Alentejan neolithic contexts...

Wednesday, January 24, 2007

Re-Creating the Past


Jumiaf: ditched settlement, close to the Guadiana river, in Central Alentejo.
Actually, it has been virtually reconstructed, gathering archaeological information from the excavations on the settlements of Juromenha, Mimosas and Aguas Frias.

The Present Past





Traditional architecture from Burkina Faso, one of the sources of inspiration for the re-construction of the Jumiaf settlement.

Wednesday, January 17, 2007

Cup and ring carvings in Great Britain



The same basic designs as in Laxe das Rodas: concentric circles around a central cup, some with a line coming out from it.

The moon in the shadow


Alto de S. Bento: sunlight and shadow creating crescent moon

Monday, January 15, 2007

Pecked carving on Alto de S. Bento (Évora)


Imagem do sulco picotado, junto ao moinho Sul. Pode tratar-se de uma estrutura de drenagem, relacionada com o moinho (referido nos últimos posts).

Sunday, January 14, 2007

Alto de S. Bento: signs and traces from the past





E o Alto de S. Bento aqui tão perto...


O Alto de S. Bento é, desde que me lembro, lugar de visita obrigatória para qualquer eborígene que se preze e, nos últimos anos, assumido como o miradouro da cidade, tem vindo a ser requalificado aos poucos. Galopim de Carvalho viu o espaço como um geomonumento e o sonho tem vindo a ganhar asas.






Trata-se, provavelmente, do primeiro dos povoados pré-históricos da região a ser identificado.


Curiosamente, nunca ninguém, que eu saiba, fez menção a uma série de vestígios, evidentes na superfície rochosa, junto aos dois moinhos restaurados.


Já fiz, num dos posts anteriores, referência a vários aspectos:


1. Sulcos alongados, de secção em V, semelhantes aos que ocorrem normalmente associados a polidores de machados de pedra.


2. Uma linha sinuosa, picotada, nas traseiras do moinho mais meridional, que parece continuar debaixo do moinho.


3. 3 covinhas junto à porta do moinho mais setentrional.


4. Duas pias, com diâmetros da ordem dos 15 cm e 30 cm, respectivamente.


As duas pias apresentam um alinhamento sensivelmente E-W, têm as paredes verticais, escassa profundidade e são perfeitamente circulares; a maior apresenta um sulco, com cerca de 2 cm de profundidade, que sai da borda da pia e se dirige mais ou menos para Oeste.




A interpretação mais imediata, seria a de que se trata de pias para animais, como as que se vêm, com frequência, escavadas na rocha das "ruas" dos montes alentejanos. No entanto, nem a forma circular e muito menos com tal regularidade, são habituais nessas pias e o sulco seria completamente descabido para tal função.


Na verdade, apesar das distâncias e dos contextos, o paralelo mais sugestivo parece ser o petróglifo galego da Laxe das Rodas. Efectivamente, a morfologia (perfeitamente circular, de paredes verticais e com um sulco que sai da pia) e as dimensões parecem conjugar-se; o próprio contexto concorre para esta possibilidade, uma vez que parece haver outras manifestações pré-históricas, nomeadamente manchas de picotados que ocorrem junto dos sulcos acima referidos. As manchas de picotados, sem ordem aparente, são um elemento recorrente na arte rupestre do Alqueva e não só (recorde-se que no mais rico exemplar de arte megalítica europeia, os monumentos da Curva do Boyne, na Irlanda, os picotados soltos são recorrentes.


Por outro lado, o exemplar da Laxe das Rodas aproxima-se de um dos temas mais recorrentes da Arte Rupestre galega: os círculos, as espirais ou os labirintos com uma linha que liga o centro ao exterior da figura.


Friday, January 12, 2007

Godel: um polidor de machados nos arredores de Évora





O povoado do Godel localiza-se num cabeço destacado, mais ou menos equidistante dos recintos megalíticos da Portela de Mogos e do Vale Maria do Meio, assim como das antas da Valeira. Há uns anos, no contexto dos trabalhos desenvolvidos no Vale Maria do Meio, foram recolhidos, à superfície, alguns escassos vestígios de ocupação, no Calcolítico (III milénio antes de Cristo), nomeadamente pesos de tear (crescentes) e bordos espessados.

Para além disso, no topo do cabeço, sobressai um grande afloramento de rocha anfibólica aproveitado para a implantação de um marco geodésico. Junto à base do marco, existe um polidor de machados formado por uma "cama" de polimento e três sulcos de secção em V, com espessuras diferentes e comprimentos na ordem dos 8-10 cm. Estes sulcos, apesar de mais curtos recordam, como se viu, aqueles que foram identificados no povoado do Alto de S. Bento.

Os polidores de machados deste tipo são raros em Portugal, embora se encontrem , com frequência, polidores móveis, em contextos de habitat Neolítico e Calcolítico; porém, noutras áreas europeias são relativamente frequentes.

http://www.megalithic.co.uk/search.php?author=&topic=&country=&query=&type=&category=&county=&sitetype=66


Note-se que os machados se tornaram um dos temas simbólicos mais recorrentes no Neolítico europeu; trata-se, naturalmente, de um utensílio fundamental para o próprio processo de neolitização, em que o abate de florestas foi uma das acções preliminares, indispensáveis à prática da agricultura e da pastorícia.

Por outro lado, são conhecidos, no contexto europeu, vários casos em que a própria produção de machados ocorreu, aparentemente, em contexto altamente simbólicos.

http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=axe+quarries+Le+Pinacle&meta=

http://links.jstor.org/sici?sici=0028-646X(199303)123%3A3%3C585%3APIDAWA%3E2.0.CO%3B2-P

Abstract:
In the site of Godel, near Évora, with Early Bronze Age artefacts on surface, we found a axe polisher made on a amphibolites outcrop.
This kind of feature is very rare in Portugal, though frequent in some other European areas. We can consider a possible ritual meaning, mostly considering the location as well as some parallels with other similar occurrences in European Neolithic.
We can also question the methodological division between ritual and everyday life places.
In a previous post there are images of something similar in another Neolithic settlement close to Évora: Alto de S. Bento.